sweet jungle
(pequeno dicionário visual do fim do mundo)
(2023-em andamento)
esse ensaio propõe uma fabulação em que as coisas tecnológicas que povoam nossas escrivaninhas ganham vida para nos enviar uma mensagem de alerta. consumimos e fornecemos dados na atualidade de forma ingênua, como crianças que se lambuzam de doce. navegamos pela blogosfera distribuindo likes, aceites e que tais, e abrimos as portas da nossa privacidade em nome de uma dose qualquer de dopamina, com açúcar e com afeto, sim por favor.
bugs, cookies & clouds povoam nossa comunicação escrita e falada, recheada de anglicismos e embalada por uma voracidade selvagem jamais imaginada nos idos pré-internet. enquanto somos vigiados sem nenhum pudor, assistimos compassivos ao sucateamento de um corpo que passa cada vez mais horas sentado em cima do tempo gasto entre telas, afastando-nos cada vez mais de nossa natureza mais primitiva, do movimento do caminhar e do caráter lúdico que rega nossa imaginação, uma combinação tanto perigosa quanto potencialmente explosiva. é chegada a hora de ingerir menos açúcar: no cafezinho e nas redes.
